domingo, 4 de setembro de 2011

Adrenalina



Talvez só fosse necessário um pouco de paz. Uma casinha, um cachorro correndo molhado por um jardim de flores amarelas, areia fina beijando os pés, um balanço, um vento... Ela passeando bonita com aquele vestido branco, o cabelo descendo pelos olhos. Ele entretido aguando girassóis. E eles dormiriam no embalo da rede, na tarde azul. E pregariam o amor, e viveriam o amor, e beberiam o amor todos os dias, até sempre. Sem mais, sem nós em gravatas, em sapatos, em anseios...
Saber pra que lado vai à vida, e sentir pelos dedos a alegria de acordar com um abraço e um café, quentes. Com apego, com saudade, com lugares ocupados, com planos falados no ouvido...
“Sei lá, tem sempre um pôr-do-sol pra ser visto”... 

sábado, 3 de setembro de 2011

Pessimismo




"Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali...Gostava mais quando conseguia imaginar grandeza nos outros, mesmo que nem sempre houvesse."
Charles Bukowski